terça-feira, 22 de julho de 2008

57. O SUMO

Se a primeira prova pareceu retirada de um filme cómico, então o resto do dia foi uma comédia romântica. Naquele dia não tinham aulas juntos mas isso não os impediu de se embaraçarem em cada momento que estavam juntos.
Ao primeiro intervalo, e depois de uma longa reflexão de ambos durante a aula sobre o que tinha acabado de acontecer, lá se voltaram a encontrar.
- Então, correu bem a aula? – quis Leonor saber.
- Ah... Sim. – respondeu Luís, ainda aluado.
Bia piscou o olho a Nuno, como quem diz, vê esta agora.
- Então e a aula foi de quê? – perguntou ela.
Ele, que continuava com a cabeça na Lua, pareceu meditar sobre aquela pergunta. Era como se aquilo valesse uma boa nota no teste.
- Ah... – balbuciou ele.
- Português, certo? – ajudou Nuno.
- Ah, sim. Não! Isso é agora, antes foi Matemática. – lá disse Luís.
Joana continuava a olhar para baixo, como se não tivesse passado tempo nenhum entre o cumprimento da manhã e o intervalo.
- Jô! Acabei de te arranjar uma solução para te salvar o ano! – anunciou Bia.
Mas Nuno já devia conhecer a namorada, sempre com alguma ideia maluca, porque é que ele ainda não tinha previsto aquilo?
- Ai sim? – perguntou, algo desinteressada, a amiga.
- Claro! Jô – disse ela, pegando na mão de Luís – apresento-te o teu novo explicador. – revelou ela, triunfante.
Joana levantou imediatamente o olhar; Luís regressou da Lua. O quê? Teriam eles ouvido bem? Pelos vistos sim, já que eles estavam os dois com a mesma cara de constrangimento.
- Olhem, que pena, está a tocar. Têm de combinar os detalhes depois. Vamos? – disse Bia.
Ela e Nuno começaram a andar, deixando os outros dois para trás, especados um em frente do outro sem saber o que dizer ou até mesmo o que fazer.
- Tu és a pior pessoa que eu já conheci. – disse Nuno à namorada.
- Eu sei. Não me adoras por causa disso? – perguntou ela, extravagantemente.
- Amo! – assegurou ele.
- Ei! Vamos, já chega de conversa. – gritou Bia, virando-se para trás.
Conversa? Joana pensou se a amiga estava a falar para eles, já que conversa era coisa que ali não existia. Lá se arrastaram os dois atrás de Bia e Nuno.
Prova número dois: superada. Vá, pronto, meio superada. Mas Joana já as tinha contadas; ai quando apanhasse Bia... Estava feita. Ainda ficava era a faltar a segunda parte da prova: encontrar-se com Luís para combinarem as coisas.
Lá se passou a tarde toda, com peripécias hilariantes a cada minuto. Quando soou o toque de saída, o último naquele dia, Joana quase que implorava para haver mais aulas. Luís nem tinha prestado atenção ao resto das aulas. Quem assistia a isto, achando sempre imensa piada, era Bia e Nuno. Foi a rirem-se escandalosamente que os viram irem para o café, combinar as aulas.
- Espera aí, vai andando. Eu tenho que ir ai num instante falar cm a Bia. – pediu Joana a Luís.
- Está bem. Queres alguma coisa? – perguntou ele.
- Sim, um sumo de laranja, se faz favor.
Ficou a vê-lo encaminhar-se para o café. Quando o perdeu de vista, virou-se para trás e procurou a amiga, que quase que apostava que estava a assistir à cena. Não teve de esperar muito até Bia aparecer, preocupada por ainda estar ali.
- Tu não devias ter ido com o Luís? – perguntou, não disfarçando.
- Dona Beatriz! Que raio de ideia é esta? Nos os dois parecemos o preto e branco, de tão desalinhados que estamos, e u sugeres explicações? – inquiriu, ameaçadoramente.
- Pá, cala-te. Vai mas é atrás do rapaz. Ainda te fiz um favor, vais ver. Vocês não podem continuar assim para sempre. Pensas o quê? Que vão ficar sem se falar? E eu que vos ature, não é? Pois bem, vai à luta. – respondeu Bia.
Joana deteve-se. Não tinha resposta para aquilo. Talvez porque ela tivesse razão. Eles não podiam ficar chateados para sempre, tinham de resolver as coisas. Lá se deu por vencida e recomeçou o percurso até ao café.
Lá chegada, empurrou a porta e procurou-o. Avistou a sua t-shirt de costas para ela, ao balcão. Aproximou-se.
- Luís, nós... AI! – gritou.
Todas as cabeças do café se viraram para ela, quando o seu grito ecoou pela sala. Joana estava toda coberta de sumo de sumo de laranja. Uma grande nódoa que começava na sua camisa branca, prolongava-se até às calças de ganga, encharcando-a com aquele líquido perfumado.
No momento em que Joana tinha chamado pelo seu nome, ele preparava-se para transportar o copo do seu sumo para a mesa. Assustando-se com a voz dela, Luís virou-se repentinamente, derramando sobre o peito da amiga, todo o conteúdo do copo.
- Desculpa! – apressou-se Luís a dizer.
Virou-se para o balcão e pediu um pano. Imediatamente a seguir, ajudou Joana a limpar a camisa. Só que, de tão nervoso que estava, nem se apercebeu do sítio onde estava a limpar.
- Ah, Luís, eu limpo aí. – disse, envergonhadamente.
Luís corou até à porta das orelhas.

To be continued...

3 comentários:

Anónimo disse...

LOL estes dois são a comédia!!

bem pelo menos enquanto a joana está ocupada com o luís, não pensa no bill...

Anónimo disse...

xocada... xocada... meu deus... arranjem um quarto... Seriously!

(Fico à espera q as minhas exigencias do capt anterior sejam cumpridas)

ThE mEaNeSt**

Anónimo disse...

LOL Lindo