terça-feira, 15 de julho de 2008

53. A DESPEDIDA

Joana tinha-se deixado cair no pouco pedaço de cama que não estava ocupado pelas malas. Embora?
- Why are you telling me just now? (Porque é que me estás a dizer só agora?) – quis ela saber.
- Well, we had this thing and I like you, I really do. So I didn’t want you to suffer. I thought if I told you now, you wouldn’t feel so bad... (Bem, nós tínhamos esta coisa e eu gosto de ti, eu gosto mesmo. Então eu não queria que tu sofresses. Pensei que se te dissesse agora, não ias ficar tão mal...) – explicou ele.
Não se iria sentir tão mal? Mas ele estava a brincar ou a gozar com ela?
- I’m sorry? You thought I wouldn’t feel so bad? Are you kidding me? (Desculpa? Pensaste que eu não ia ficar tão mal? Estás a brincar comigo?) – perguntou Joana, sem reparar no tom autoritário com que falava.
- Ja... We were just lovers. As much as I like you, I can’t take you with me. I’m sorry if you thought I could, I know that most of girls think that, but it’s impossible. That’s why we don’t have girlfriends. Except Georg, but Leonor leave everything for him. I’ll never ask you that. (Sim. Nós éramos só amantes. Por mais que eu goste de ti, não te posso levar comigo. Desculpa se pensaste que sim, eu sei que a maioria das raparigas pensa isso, mas é impossível. É por isso que não temos namoradas. Excepto o Georg, mas a Leonor deixou tudo por ele. Eu nunca te pedia isso.) – disse ele, pensando pela primeira vez em Joana antes de pensar nele.
- Wait. You didn’t tell me ealier because you care about me? (Espera. Tu não me disseste antes porque te importas comigo?) – inquiriu Joana.
- Ja. (Sim.)
- You won’t take me you because you don’t want me to leave everything for you, even knowing that I would? (Tu não me levas porque não queres que eu deixe tudo por ti, mesmo sabendo que eu deixava?) – perguntou novamente.
- Ja. (sim.)
Ele estava, finalmente, a ser sincero. Mas como é que ele podia fazer aquilo? Bastava pedir, bastava dizer “vem comigo”, que ela ia. Nem olhava para trás. Por favor Bill pede, pensava ela.
- You won’t ask me to go? (Não me vais pedir para ir?) – questionou ela.
- No, I can’t. It’s for your own good. (Não, não posso. É para o teu próprio bem.)
Dito isto, levou a mão ao cabelo de Joana, afastou uma madeixa que lhe cobria a face e levantou-lhe a cara. Ela ficou, sentada, a olhar para ele, que estava em pé. E então, lentamente, Bill dobrou-se e beijou-a. Mas não foi um beijo como os outros; não, este era especial. Era um beijo entre duas pessoas que gostavam uma da outra.
Joana não pôde evitar. As lágrimas escorriam-lhe pelas bochechas, molhando também a cara de Bill. Quando finalmente de separaram, ele tinha também o canto do olho borrado, denunciando alguma lágrima que queria fugir. Joana deixou-se ficar ali, ajudando Bill a arrumar as suas coisas.
A noite tinha caído e o grupo já se encontrava todo na garagem com as malas arrumadas nas carrinhas. Na hora de se despedirem, Joana e Leonor não conseguiram evitar. A primeira, sabia que a despedida era para sempre; mas a segunda era até dali a umas semanas.
- You can writte me. Send me an e-mail. (Podes escrever-me. Manda-me um e-mail.) – sugeriu Bill.
- We both know that an e-mail isn’t enough. (Ambos sabemos que um e-mail não é suficiente.) – respondeu, realista, Joana.
- Come here. (Chega aqui.) – pediu ele, abraçando-a quando a alcançou.
Mais ao lado, Leonor desfazia-se em lágrimas, agarrada ao seu baixista preferido.
- I’ll miss you so much... (Vou ter tantas saudades tuas...) – dizia ela.
- Take it easy, Nônô. (Tem calma, Nônô...) – reconfortava ele.
Elas as duas não sabem quanto tempo mais ficaram ali, à espera da partida. Mas, a avaliar pelo sofrimento e tristeza que sentiam, podia ter sido anos.
- Well, bye. (Bem, adeus.) – despediu-se Bill.
- Don’t say that. Just say see you one day. (Não digas isso. Diz só vemo-nos um dia.) – pediu Joana, dando-lhe um beijo e um abraço.
Ninguém se importava com estas intimidades ali; Tom, Gustav e Georg tinham-se despedido de Joana com alguma tristeza também. Disseram um até já a Leonor, que a fez rir. Joana deixou Bill, que levou com ele toda a alegria, as memórias dos bons momentos passados. E ela ficou sozinha, com a sua tatuagem na barriga. Quando o barulho das portas a fechar, se ouviu naquela garagem fria, foi como se todos os ossos do corpo delas se desfizessem, perdendo a rigidez.
A carrinha tinha começado a andar, afastava-se cada vez mais delas. Como os vidros eram escurecidos, elas não viam, mas lá dentro, todos olhavam para trás. Estava quase a cruzar a esquina, estava quase a perdê-los de vista, pensava Joana. Por favor Bill, volta, não vás, pedia ela, mentalmente.
Mas a carrinha cruzou mesmo a esquina, mergulhando naquela noite fria e sombria, sem pudor.

To be continued...

4 comentários:

Anónimo disse...

- I’m sorry? You thought I wouldn’t feel so bad? Are you kidding me?

n é i'm sorry, é excuse me, nesse caso

e pronto, o q tem de ser tem mt força
o Bill finalmente baixou a máscara de perfecionista egoista, ou talvez n seja mascara de td, e finalmente foi sincero, acho bem

vamos ver se ela n faz asneiras novamente

continuem *

Anónimo disse...

*earlier

- You won’t take me with* you because you don’t want(...)

Anónimo disse...

simplesmente adoro esta historia...
ate estava a imaginar as lagrimas da joana :') e depois o beijo... ;) boa historia

Anónimo disse...

OOoooh taaaa taaaaao xlente!!!


loves it!