quarta-feira, 9 de julho de 2008

49. A TATUAGEM

- Is it hurting? (Está a doer?) – perguntou.
Mas não obteve resposta. As lágrimas que escorriam pela pele clara de Joana eram suficientemente esclarecedoras. Na sala apenas estavam Joana, Bill e o tatuador. Saki tinha ficado à porta para assegurar que ninguém indesejado entrava.
Deitada numa marquesa, Joana agarrava com força o braço de Bill que ficava mais vermelho a casa agulha espetada na carne de Joana.
- Queres parar? – perguntava o tatuador, já habituado àquelas coisas.
- Não, não. Continue. Quando mais rápido acabar melhor.
Felizmente era só numa cor e não tinham de andar ali a fazer muitos pormenores. Ai, mas estava a doer tanto. Se soubesse... Mas Bill tinha-a levado até ali e também não ia dizer que não. Afinal era uma cosia que ela queria, certo?
- Breathe. (Respira.) – dizia Bill, trocando de braço e assoprando para o outro que estava vermelho.
- Oh I am so completely breathing! (Oh eu estou mesmo a respirar.) – disse ela, com os dentes cerrados e a fazer força para não gritar.
- I’m seeing that. (Estou a ver que sim.) – respondeu ele.
À medida que a agulha era espetada vezes sem conta na pele de Joana, mais lágrimas vinham aos olhos. Bill olhava para aquela cena compreensivo. Ele sabia o que era doer; a do pescoço tinha-lhe doído tanto.
- Ah... About your tatoo... – começou ele, mas foi interrompido.
- Not now, please. (Agora não, por favor.) – pediu Joana.
Ao fim de mais picadelas, lágrimas e apertões no braço de Bill, a tatuagem estava acabada. Ainda lavada em lágrimas, ela lá se levantou e arrastou-se até ao espelho. Contemplou aquele desenho que a acompanharia para o resto da vida e esboçou um sorriso. Bill aproximou-se e, sendo mais alto que Joana, olhou também para o desenho. Em seguida, deu um beijo na bochecha húmida dela e saiu da sala. O tatuador espalhou um creme gorduroso por cima da tatuagem e cobriu-a com um penso.
- Amanhã já podes tirar. Vai colocando creme para não ficar vermelho. Não apanhes sol e não laves com água salgada nestes dias. Evita esfregar. – disse ele, saindo em seguida.
Sozinha naquele compartimento, Joana sentiu as ideias a invadirem-lhe a cabeça. Sim, tinha feito uma tatuagem. Sim, era o que queria. Sim, gostava do desenho. Não, não se ia arrepender. Mas porque é que ela estava agora a pensar naquilo? Pegou na mala a pensar numa boa desculpa para dar à mãe sobre onde tinha gasto o dinheiro que ia usar agora para pagar ao tatuador. Mas quando saiu da sala, teve uma surpresa.
- Let’s go? (Vamos?) – perguntou Bill.
- Here, we’ve the habit of paying for things. (Aqui, nós temos o hábito de pagar pelas coisas.) – ironizou ela.
- Curious... I’ve that habit too. I’ve already paid. Let’s go? It’s getting late. (Curioso. Também tenho esse hábito. Já paguei. Vamos? Está a ficar tarde.)
Perante aquelas afirmações, Joana não teve outro remédio que agradecer e despedir-se do homem da loja.
- Obrigada, então. Boa tarde.
- Obrigado nós. Se vir que a tatuagem precisa de ser retocada, venha cá. Não cobramos nada por isso. Mas em princípio, como é toda em preto não haverá problema.
Joana agradeceu e saiu. Fizeram o resto do caminho em silêncio. Feliz por dentro e por fora, Joana levava a mão na barriga, por cima do penso que tapara com a camisola.
- Can we talk now? (Podemos falar agora?) – perguntou Bill, depois de entrarem para a carrinha.
- Yeah, of course. (Sim, claro.) – respondeu ela.
- Well, I’m really glad you liked the surprise. And about the tatoo... I don’t know what to say. My idea wasn’t that when I brought you here. (Bem, estou mesmo feliz que tenhas gostado da surpresa. E sobre a tatuagem... eu não sei o que dizer. A minha ideia não era essa quando te trouxe aqui.) – confessou ele.
- I know. That’s why you don’t have to worry. (Eu sei. Por isso é que não te tens de preocupar.) – disse ela, calmamente.
Alguns minutos depois de atravessarem Lisboa à hora de ponta, Bill e Joana chegaram ao hotel. Não tiveram tempo para grandes despedidas pois estava mesmo a ficar tarde e Joana tinha de “regressar da escola”. Na garagem, deu um leve beijo a Bill e correu para a paragem. Por breves segundos que não perdia o autocarro, ufa...
Sempre a pensar na sua nova e única tatuagem, Joana fez o percurso até casa sempre aluada. Quando reparou que era a sua paragem, saltou do lugar e voou até à porta. Mas tinha alguém à espera na paragem.
Desconfiada do sítio onde a amiga poderia estar, Bia pensou que ela tinha que vir de autocarro e não teve com meias medidas quando se plantou, havia já duas horas, na paragem do autocarro. Sabia que Joana tinha que voltar para casa e aquela era a única paragem na rua.
Joana saiu do autocarro e encarou Bia. Logo depois, achando que não devia explicações a ninguém, começou a andar em direcção a casa, não deixando uma palavra à amiga. No entanto, Bia já havia sido prevenia por Luís e correu atrás dela.
- Não me viste, foi? – perguntou Bia.
- Vi, o próximo autocarro passa daqui a meia hora. – disse Joana, friamente.
- Eu não estava à espera do autocarro. Estava à tua espera.
- Ai sim, para quê? – perguntou, fazendo-se desentendida.
- Onde é que andaste o dia todo? Não foste à escola. – perguntou Bia.
- Já percebi que vês bem. Não tens nada a ver com isso.
- Ai não? Que eu saiba ainda somos amigas. – disse ela.
- Então se somos, já viste que eu estou bem. Já tens o que querias, não já? Podes ir embora. – respondeu Joana.
Bia ficou perplexa com esta resposta. Estacou um momento que serviu para aumentar a distância entre ela e Joana. Quando regressou, correu até ela e puxou-lhe a camisola levemente.
- Ai! Magoaste-me parva! – disse Joana, sem pensar, deitando as mãos à barriga.
Tarde de mais; Bia percebeu que ela escondia algo.
- Que é que tens na barriga? Mostra. – disse, autoritariamente.
- Não tens nada a ver com isso! – gritou Joana, correndo, entrando em casa e fechando a porta logo em seguida.
Por uma fresta da janela, viu Bia especada durante uns segundos mas depois foi-se embora. Joana acalmou-se e passou pela cozinha.
- Mãe, cheguei. O que é o jantar? Estou cheia de fome. – disse, agindo normalmente.
- Empadão. Vai vestir o pijama para vires jantar.
Joana apressou-se a ir para o quarto. Fechou a porta e tirou a camisola. Preparava-se para vestir o pijama quando viu aquele penso branco no espelho. Bem, mal não podia fazer... Além disso era só um bocadinho. Queria mesmo ver como estava, como tinha ficado depois de passar o vermelho. Com cuidado, destapou a tatuagem e fitou o seu reflexo no espelho. Ainda estava um pouco vermelha mas estava mesmo perfeita e igual àquilo que ela queria.
Durante mais alguns minutos, até a mãe a chamar para jantar, Joana ficou a observar a estrela negra com mais duas lá dentro, rigorosamente igual à de Bill, tatuada na sua barriga, rigorosamente no mesmo sítio que a de Bill.

To be continued...

8 comentários:

Anónimo disse...

Ooooohh

Ooooohh

nao... taaaaaao maria vai com as outras... taaaao "bill eu amo.t i quero.t ter no meu corpo para sempre"... taaaao obcessivo... taaaoo "faria tudo por ele mesmo q fosse contra os meus valores"

a joana precisa d ir arranjar uma personalidade!! O bill tem montes d dinheiro... ele q lhe compre uma!

ela deixa.s levar por toda a gent... n é so pelo bill... ela é uma pessoa sem personalidade i sem opiniao propria!

epah hj tou a ser msm ma pa joana... mas dsd o inicio q smp axei q a culpa n era do bill mas sim dela... ele ao menos n mudou por ela... manteve.s fiel a si mesmo quer ela goste quer ela n goste...

ThE mEaNeSt*

Anónimo disse...

concordo cm td o q disseste menos de ela n ter personalidade
ela tem personalidade, tds têm, ela apenas é influenciavel e a personalidade dla n é forte
há mt gente assim
de resto concordo cm td, e é esse o meu coment
beijinhos *
PS.: someone else, partilhas o teu coment cmg, partilhas? xD *

Elisabete disse...

Oh Lúcia, casmurra como ela é, é bem capaz de dizer que não.

Ela é capaz de ser a pessoa com a personalidade mais pessoal e forte que eu conheço.

Porra para a miúda.

Loves it, fofíssima?

Anónimo disse...

A someoene else?
pois ate pode ser, eu n a conheço
de qq maneira, se ela n partilhar das suas palavras cmg, sabes na mesma o q eu acho
n há-de ser por ela n partilhar o coment cmg q me estraga a vida xD
beijinho *

Anónimo disse...

Epah mas toda a gent tirou o dia pa dzr mal da minha pessoa?

Posso ser casmurra e com personalidade pessoal e forte (seja lá isso o q for) mas sou mt simpática!! nem venhas dzr q não sra. uma qlq pessoa especial! Afinal quem é q acolheu a kiki qd ela n conhecia ninguem? ah pois é!!

I é claro que eu partilho o meu coment cnt Lúcia... Pq hj até tou d bom humor... XD

(Em resposta a um certo coment num certo blog feito pela sra. elizabeth: "Tudo indica que seja uma história, respondo eu"

Anónimo disse...

Olá ..!! Esta FanPic é realmente extraordinária , Eu comecei a lê-la ontem e só parei no último capitulo e para ser sincera não consigo esperar dias para ler o Resto ;P A história é mesmo apaixonante . PARABÉNS .
Vou - te deixar o meu mail adorava se me podesses adicionar *.* JustMeandDreams_18@hotmail.com
Beijinho «3

Elisabete disse...

És mesmo biatche.

Eu acolhi a Kiki muito bem, dona Bárbara. A minha particulazinha ficou comigo a TIC lembras-te?

Ah... E quem é que engendrou um plano maquiavélico durante 3 meses, enganado a tua pessoa?

E em relação à história, ainda hei-de ler.

Anónimo disse...

ahahaha

tu killas.m!! Sabes q sou taaaao biáteche!!

anyway: eu fui a primeira a flr com a particulazinha!! antes sequer d tu saberes o nome dela por isso é o já fostes!!

Em relação à história: trust me... n vale a pena leres... foi so msm uma coisinha pa m entreter antes d começar o estudo para os exames**

the meanest