sexta-feira, 11 de julho de 2008

50. O BALNEÁRIO

- Joana! Acorda, não vês que estás atrasada? A mala para Física está junto à porta. Não te esqueças. – gritou a mãe, da cozinha.
Joana acordou, sobressaltada. Tinha perdido a noção do tempo e não ouvira o despertador tocar. Sentou-se na cama e puxou pela cabeça. Teria sido um sonho? Rapidamente saltou da cama e correu até ao espelho, fitando aquele pedaço de fibra branco que estava na sua barriga. Lembrou-se do que o tatuador dissera no dia anterior sobre poder tirar e puxou o penso devagar. A tatuagem parecia ainda mais bela.
Esquecendo-se da época primaveril em que estavam, Joana vestiu uma camisola mais comprida, para que lhe tapasse a barriga toda quando se esticasse. Com Luís, Bia e Nuno em cima era preciso ter muito cuidado. Vestiu-se, pôs creme na estrela e foi à cozinha. Porém, antes de sair do quarto, esticou-se até à cómoda e tirou algo lá de dentro.
- Bom dia, mãe. – saudou, abrindo a porta da cozinha.
- Bom dia, querida. Come qualquer coisa, já vais atrasada. Hoje é sexta-feira por isso coloquei a mala de Física ao lado da porta. Não te esqueças! – avisou a mãe.
- Está bem! Agora vou indo.
A mãe deu-lhe um beijo na testa, ela pegou nas malas, enfiou o que tinha tirado da cómoda lá dentro e saiu. Correu para a paragem e apanhou o autocarro.

- A Joana? – perguntou Luís, enquanto entravam.
- Não sei. Ainda não chegou. Só espero que venha. Se ela falta mais algum dia, os professores vão ligar para casa. – respondeu Bia.
- Já sabes o que é que ela estava a esconder ontem? – perguntou Nuno, que tinha estado a ouvir a conversa.
- Não, ela fugiu e não me deixou ver. Mas é algo muito estranho. Eu puxei um bocado a camisola e ela gritou logo. Cá para mim, deve ter caído ou algo do género.
Joana era agora o tema matinal do grupo. Os problemas em que se tinha metido ultimamente eram o passado, ainda presente, do que ela era capaz. A qualquer sinal, era preciso estar lá para evitar qualquer confusão. Bia tentava.
- Bem, até já. – disseram Nuno e Luís, enveredando para o corredor do balneário masculino.
Bia deu um beijo a Nuno e seguiu para o lado oposto. Era sexta-feira e tinham Educação Física à primeira hora. Como o pavilhão era grande, todo os agrupamentos tinham aquela aula em conjunto. Aliás, era a única aula que eles tinham em comum.

- Espere! Não feche! – gritou Joana, ao longe, a correr.
O porteiro olhou para ela, reconheceu-a e esperou. Quando ela estava mais perto, abrandou o ritmo e ele falou-lhe.
- Bom dia, menina Joana. Não tem vindo à escola. Está tudo bem? A mãezinha e o paizinho estão bons?
- Bom dia, Sr. Joaquim. Estão, estão. Eu é que estava um bocado adoentada e fiquei em casa estes dias. – respondeu ela.
- Doente? Mas é Primavera. As flores estão a abrir, os frutos a nascer. Está um tempo tão bonito! – disse o Sr. Joaquim, gesticulando para as árvores.
Joana vacilou; pensou numa boa resposta para que ninguém desconfiasse.
- Sabe, são as alergias. É como o Sr. diz, são as flores. Agora tenho de ir que estou atrasada. – disse Joana, afastando-se, para evitar mais conversa, não fosse ela ainda descair-se.
- Vá, vá, menina Joana. Vá que já está atrasada.
Sim, ela sabia bem que já estava. Mas queria chegar mais tarde. Sabia qual era a primeira aula e não queria despir-se na frente das colegas. Sabia o que ia acontecer se o fizesse.
Lá caminhou até ao ginásio, agora já sem pressa. Meteu a cabeça dentro do balneário. Ufa, estava safa. Entrou rapidamente e vestiu-se. Apanhou o cabelo, molhou a cara, bebericou um pouco de água e saiu. Ao contrário de todas as aulas, ao contrário mesmo de todos os anos, Joana não se juntou a Bia para correr. Bia, esta, corria com Nuno e Luís. Todos já tinham visto Joana chegar mas continuaram, sempre de olhos atentos na sua barriga. Azar o deles! Naquele dia, Joana tinha tirado um top da cómoda da roupa e tinha-o vestido por baixo da t-shirt da escola. Mesmo com os saltos e corridas, o justo top nunca deixava ver o que quer que fosse, mesmo que isso fosse uma tatuagem na barriga. Está claro que isso só serviu para aguçar a curiosidade de Bia e confirmar as suas certezas: a amiga escondia algo.
A aula passou, sem que ninguém visse nada. Mas Joana deparava-se agora com um problema maior: tinha que se desequipar. Não podia demorar muito pois tinha aula a seguir. Não tinha tempo de ir a casa mas não se queria despir à frente de todas. Ela bem tentou mas as raparigas mais tímidas correram para os cubículos de casa de banho e trancaram-se lá dentro. Já estavam todas habituadas a que elas fizessem isso. Porém Joana tinha outra vez o grande problema: despir-se. Pelos vistos, Bia reparara nisso.
- Não te despes? – perguntou ela, algo fria.
- Já me dispo. Estou a descansar. Não estou a ocupar o teu espaço, pois não? Então mete-te na tua vida. – disse, retoricamente.
Naquela altura, as restantes colegas que se estavam a vestir, percebem que algo de errado se passava e concentraram as suas atenções nos fracos de champô e amaciador.
- Só te fiz uma pergunta. Peço desculpa se incomodei. Se estás tão chateada, devias ter ido para onde foste ontem e anteontem. – provocou Bia.
Joana tinha-se levantado e estava agora a escassos centímetros de Bia. Ninguém ousou meter-se no meio das duas.
- Já te disse que não tens nada a ver com isso! – vociferou Joana.
- Toquei na ferida, foi? Não gostaste do que ouviste? – provocou ainda mais.
Joana não respondeu. Sabia que a linha que separava a calma da raiva há muito que tinha sido ultrapassada. Bia aproveitou o silêncio dela para concluir.
- Então Joana, como é? Vais tirar a roupa e mostrar a barriga ou não?

To be continued...

3 comentários:

Anónimo disse...

ah pois é
agr tem um problema
sendo qm é, acho q vai fugir, mas se a Bia for esperta ja prevê isto e arraja maneira de descobrir o q ela esconde...
vamos ver
continuem *

Anónimo disse...

a joana já foi xD...

mas ela já tava a precisar d ouvir da bia pa ver s s acalma lol

Anónimo disse...

epah a joana é o maior penico d todos os sempres!!! Msm a sério! Agora anda a tratar mal toda a gent q gostava dela... É um cocó!!

É o já fostes!!

kuss**