sábado, 2 de agosto de 2008

60. (FINAL ALTERNATIVO)

Caminhavam lentamente recebendo na face todo o fresco ar que banhava aquela noite de Verão.
- Sabes – começou Luís – estes dias têm sido mesmo perfeitos. Sem zangas, nem discussões.
- Pois, quem me dera ter sido assim no principio.
- Ai, o princípio... – disse ele, pensativo.
- Ainda te lembras? Nem nos conhecíamos. Até ao dia em que foste contra mim, lembras-te? – perguntou Joana, entrando também no espírito de recordações.
- Claro, como poderia eu esquecer... Foi a melhor coisa que me aconteceu. – revelou.
- Não foi nada, não digas disparates! – indagou Joana, brincando.
Luís parou e ficou com uma cara muito séria, desmanchando-se a rir em seguida. Joana também fez o mesmo. Naquele momento de descontracção, ele aproximou-se dela.
- Olha, olha – disse ela, continuando na brincadeira – tu também já estás ébrio como o teu amigo?
Luís riu-se, virando inconscientemente a cara para o lado o que levou uma madeixa mais clara do seu cabelo a cair-lhe sobre os olhos. Mecanicamente levantou a mão e afastou-a num gesto singular. Joana assistia maravilhada. Ele fica mesmo bem quando se arranja, pensava.
- Ébrio? Mas queres palavras caras, é? – questionou Luís, rindo-se.
- Qual caras! Ébrio é alcoolizado. Até parece que não sabias. – respondeu ela.
- Pois não, sou um leigo!
- Então mas afinal quem é que está com palavras caras? – ironizou Joana.
- Isto ainda não é nada. Conceder-me-ia no dia posterior o deleite da sua companhia para uma breve deambulação por essas áleas desta metrópole? – questionou ele.
Joana continuou a fitá-lo como se ele tivesse falado noutra língua.
- Desculpa? – gaguejou, piscando os olhos.
- Perguntei se amanhã queres ir passear pelas ruas desta cidade. – esclareceu, rindo-se, mas questionando verdadeiramente.
Joana abrandou e virou ligeiramente a cabeça para Luís que vinha mais atrás. Imediatamente a seguir recomeçou a andar normalmente, olhando sempre em frente. No entanto, ele percebeu aquela pequena reacção.
- O que foi? – perguntou, com notória preocupação na voz.
- Nada de especial. Mas amanhã....
Ainda bem que Joana seguia mais à frente: Luís não iria ter coragem para dizer o que ia dizer se a estivesse a encarar nos olhos.
- E não aceito um não como resposta! – alvitrou ele.
- Oh, mas... Está bem. – rematou, fingindo estar tudo bem.
Joana preferiu não olhar para trás. Sabia que lhe ia custar mais. Optou por falar, olhando sempre para a frente.
- Luís, tu és meu amigo, certo? – inquiriu.
- Sim...
- E nunca ias ficar chateado comigo? – continuou ela.
- Do que é que estás para aí a falar? – quis ele saber.
- De nada. Mas tu vais tentar perceber porque é que eu faço o que eu faço, sempre? – pediu.
- Tu já deves estar é com alguns copos em cima. Falamos melhor amanhã que agora já chegámos. – apontou para a fachada da casa da amiga que se erguia à sua frente.
- Mas eu amanhã... – tentou ela começar, sendo de novo interrompida.
- Não há mas nem meio mas. Até amanhã Joana. Às sete da tarde no café. – atirou, indo-se embora em seguida.
Joana ficou sozinha; sentou-se nas escadas e passou as mãos pelo cabelo. Olhou para o relógio. Mais algumas horas e Leonor entregaria a carta a Bill. Só esperava era que ele percebesse. Mais algumas horas e ela...

Georg carregava nos braços algumas das muitas malas de Leonor. Atrás de si, mais dois seguranças faziam o mesmo. Leonor, essa, seguia à frente transportando apenas a sua pequeníssima mala. Mal viu os rapazes, saudou-os.
- Hei guys! I missed you. (Ei rapazes! Tive saudades vossas.) – disse, dando depois um beijinho a cada um.
Hospedados no estúdio dos gémeos em Hamburgo, Leonor iria ficar no quarto de Georg. Só que antes de poder desfazer as suas malas, teve de arrumar a roupa do namorado que estava espalhada um pouco por todo o chão do quarto.
- Georg! – gritou ela quando entrou e se deparou com a confusão.
Perante risos divertidos dos amigos da banda, Georg lá foi no sentido dos gritos, aventurando-se pela confusão que ele próprio causara.
- What baby? (Que foi bebé?) – perguntou, tentado passar despercebido.
- What baby? What baby? What baby? (Que foi bebé? Que foi bebé? Que foi bebé?) – repetia ela, subindo de tom de voz a cada repetição, acabando num tom de fazer inveja ao próprio Bill.
- Sorry about the mess. I help you. (Desculpa a confusão. Eu ajudo-te) – e pegou numas t-shirts e atirou-as, perante o olhar chocado da namorada, para cima duma cadeira, sem sequer se dar ao trabalho de as dobrar.
- Leave! (Saí!) – gritou Leonor novamente.
Nem foi preciso dizer duas vezes; Georg correu dali para fora, juntando a Tom, Bill e Gustav que nem precisaram de fazer muito esforço para não perder pitada daquela conversa e que agora se riam.
- Danke... (Obrigado...) – disse, fingindo-se chateado com eles por não o terem ajudado.
Tom desculpou-se dizendo que estava a fazer o almoço, já que naquela casa ele era o único que cozinhava. Gustav disse que estava a passar os ingredientes a Tom para ele não deixar queimar a comida, mentira claramente descarada. Sobrou Bill, que se levantou, fez festas no cabelo de Georg, despenteando-o e entrou no quarto dele, para ajudar a namorada.
- Can I? (Posso?) – perguntou, metendo os seus longos cabelos pretos dentro do quarto.
- Of course. (Claro.) – respondeu Leonor ao ver quem era.
Bill entrou e percebeu que afinal ela tinha mesmo razões para estar a gritar. Praticamente toda a roupa que Bill conhecia a Georg estava espalhada pelo chão. Sem perguntar, pois era óbvio que precisava de ajuda, Bill inclinou-se e começou a ajudá-la.
- Oh, thanks. You didn’t need to. (Oh, obrigada. Não precisavas.) – agradeceu ela quando reparou no gesto dele.
Mas aquele gesto não era virgem. Bill tinha uma ideia em mente desde o exacto momento em que ela havia chegado. Queria falar na altura perfeita e nem pestanejou quando Georg resmungou por ajuda. Era o momento ideal.
- So... How is Portugal? (Então... Como vai Portugal?) – questionou, tentado parecer o mais natural na voz e sem demonstrar o nervosismo.
Leonor achou estranha aquela pergunta já que eles tinham estado até há bem pouco tempo no país.
- Do you mean Portugal or Joana? (Queres dizer Portugal ou Joana?) – respondeu-lhe ela, percebendo aonde ele queria chegar.
- Ok, how is she? (Ok, como está ela?) – perguntou sem rodeios.
- She’s fine... She sent you something. Wait a minute. (Ela está bem. Mandou-te uma coisa. Espera um minuto.) – pediu, enquanto erguia uma pesada mala e a colocava em cima da cama.
Depois de aberta, começou a procurar lá dentro. Bill virou ligeiramente a cara quando Leonor tirou para fora a sua roupa interior mais ousada o que a levou a deitar um pequeno risinho. Por fim, lá encontrou o envelope que a amiga lhe tinha dado no dia anterior.
- Here. (Aqui.) – disse, entregando-lhe o pacote.
Bill agarrou-o logo e sentou-se em cima da cama. Não se sentiu incomodado pela presença de Leonor e não se coibiu de abrir o dito ali à sua frente. Logo após deparar-se perplexamente com o seu antigo passaporte, uma carta caiu e ele esticou-se para a apanhar. Em silêncio e para si, leu.
“Dear Bill: I know you must be really confused about me having your passport. The truth is that it hasn’t been with me all this time. It doesn’t matter who had it, I wasn’t the one who took it from you. I didn’t say anything before because I thought I had nothing to say. The reason why I gave you back the passport is simple: I need to close this chapter of my life. I can’t descrive the feeling I had when I first met you. You weren’t what I thought you were. With time, I realize that’s who you are and by the end I couldn’t live without you. Just for your information, if you have asked, I would have gone. When you went away, you left me with the impression that you have feelings for me. So that, I’ll take whatever it takes to be with you. As you say “...together we’ll be running somewhere new and nothing can hold me back from you...”. I’ll fight for us, even knowing that your world is different from mine.” (Querido Bill, eu sei que deves estar mesmo confuso sobre eu ter o teu passaporte. A verdade é que nem sempre o tive comigo o tempo todo. Não importa quem o tinha, não fui que quem to tirou. Não disse nada antes porque achei que não havia nada para dizer. A razão pela qual eu te devolvo o passaporte é simples: tenho de fechar este capítulo da minha vida. Não posso descrever o que senti quando te conheci. Não eras nada daquilo que eu esperava que fosses. Com o tempo, Percebi que é assim que tu és e no final eu já não conseguia viver sem ti. Só para que saibas, se tivesses pedido, eu tinha ido. Quando te foste embora, deixaste-me com a impressão que de sentias algo por mim. Por isso, vou fazer o que for preciso para estar contigo. Como tu próprio dizes “...juntos vamos correr por lugares novos e ninguém me pode afastar de ti...”. Eu vou lutar por nós, mesmo sabendo que o teu mundo é diferente do meu.”
Bill acabou de ler a carta e dobrou-a cuidadosamente. Guardou-a no casaco, levantou-se e saiu. Quando passou pela porta do quarto, já o seu telemóvel tocava no bolso.

- Estou? – murmurou ela para o telemóvel, voltando a recolher o braço para dentro da cama, ainda com a impressão de ter visto um número a ligar do estrangeiro.
“Bia?” – disse a voz de Joana do outro lado.
- Jô? – perguntou, estremunhada. – Mas que horas são?
Bia levantou a cabeça e mirou o relógio. 18:54.
“São quase oito da noite.”
- Oito? Ainda nem são sete! Como é que eu dormi até esta hora? – questionou.
“Pois, aí são sete. Ontem também bebeste um bocado mas só hoje é que tens os efeitos na cabeça.”
- Aqui? Mas onde raio é que estás? Que barulho todo é esse? – quis saber, prestando agora mais atenção e sentando-se na cama, ainda sem acender as luzes.
“Não interessa. Só te quero dizer que gosto muito de ti e desculpa. O Luís está no café à minha espera. Desculpa outra vez por tudo.” – desligou.
- Desculpa? O Luís está no café? Joana? Estou? – ainda tentou dizer, mas a chamada já havia sido desligada.

- Are you sure? (Tens a certeza?) – perguntava-lhe ele.
- Yeah, I guess... (Sim, acho...) – respondeu-lhe ela.
Entraram, cada um carregando as duas malas que ela trouxera. Ele rodou a chave na fechadura e entrou. Todos os olhares se viraram na sua direcção. Os restantes preparavam-se para perguntar que malas eram aquelas, quando ela entrou. O espanto e incredulidade pespegaram-se na cara de todos. Já esperando aquela reacção, falou.
- Hello guys. (Olá rapazes.) – virando-se para ele.
Pousou a mala e encarou Leonor de frente, que era a mais espantada do grupo.
- Olá Leonor. – cumprimentou Joana.

O telemóvel tocava vezes sem conta até que ela resolveu atender. Sim, afinal era mesmo uma chamada internacional desta vez.
- Ah, és tu Leonor. O quê? Ela fez o quê? – perguntou Bia, espantada, parando no meio da rua.
Sentou-se num banco ali perto e ouviu em silêncio o resto que Leonor lhe contava. No fim, agradeceu e desligou. Esteve ainda alguns minutos a digerir aquilo tudo, acabando por depois se levantar e seguir caminho. Minutos depois, estava diante do café. Entrou.
- Bia? Aqui? Estou à espera da Joana. Deve estar atrasada. Que coincidência. – disse Luís, com um ar amistoso.
- Ela não está atrasada. E isto, infelizmente, não é uma coincidência. – informou.
- O quê? O que é que estás a querer dizer? – perguntou ele, agora com medo a notar-se na voz.
- Luís, eu lamento imenso, mas ela não vem...
Luís deixou-se cair, mole e fraco, na cadeira. Toda a tristeza e desilusão apoderaram-se dele; o seu olhar ficou frio e a sua expressão vazia. Durante uns minutos não fez nem disse nada. Depois, levantou-se e saiu, sempre em silêncio.

- O que é que te passou pela cabeça? O que é que tu estás aqui a fazer? – inquiria Leonor, um pouco alto.
Os outros ouviam claramente a conversa mas não percebiam. No entanto, quase que apostavam o que diziam.
- Não comeces Leonor. Tu também deixaste tudo pelo Georg. – atirou Joana.
- Mas eu namoro com ele. Temos uma relação estável. Compreendemo-nos um ao outro. – repostou a amiga.
- Leonor, percebe uma coisa. Ou era isto, ou era nada. Eu reagi, eu fiz aquilo que eu queria e não estou arrependida. Desculpa se tu não percebes mas, sinceramente, não esperava que percebesses.
- Joana! – gritou Bill com o seu melhor sotaque!
- I’ll be right there. (Já vou.) – respondeu-lhe.
- Eu só quero que saibas o que estás a fazer. – pediu Leonor, baixando as armas.
Joana anuiu e foi ter com Bill. Tom tinha acabado de cozinhar e servia o seu melhor, e único, prato aos restantes, no sofá. Acanhada ao lado de Bill, Joana aceitou a comida. Um bocado de molho escorreu pela boca quando Tom lhe pediu que provasse. Imediatamente, Bill pegou no próprio guardanapo e limpou cuidadosamente, perante o olhar agudo de Leonor. Depois daquele gesto de carinho, Joana sorriu levemente e disse, baixinho para si, só para ela ouvir:
- Tu sabes o que estás a fazer.

The end.

9 comentários:

Joana Coelho disse...

Ohhh
Tao querido o Bill *.*
Esta muito giro (embora eu estivesse ha espera de lagrimas do Bill e de um beijo apaixonado looool xD)

Xoxo
****

Unknown disse...

gostei muito deste final,mas ainda prefiro o original :3

Anónimo disse...

para dizer a verdade nao gostei muito deste :S

Anónimo disse...

ola ^^

È a MAupa, ou Juh. Vim deixar-te a url do meu blog para o caso de qeres ir dar uma vista de olhos.

Clicas no nome sim?

Beijinhos (*

Anónimo disse...

www.maupa.blogs.sapo.pt

Afinal nao da! xD

Anónimo disse...

gostei bastant d a ver ficar com o Bill mas, mesmo assim, axo q n vai dar certo, pq mais uma vez foi ela q foi atras dele, i ela está á espera q ele mude, o q ate pode acontecer ao inicio, mas a verdadeira essencia dele há.d sempre vir ao d cima... loool

Anónimo disse...

ola!!

adorei esta fanfic. já agr aproveito para deixar o url do meu blog que tambem tem fics dos tokio hotel: http://tokio_fics.blogs.sapo.pt

kuss

Kalisto disse...

Olá
Sua história é linda e eu a adoro S2.
Essa fic está sendo publicada na comunidade de Kaulitzcest: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=42312076&tid=5265480010555604801&na=1&nst=1
pela Andressa, que diz ser a autora da fic.
Vc e a Andressa são a mesma pessoa? Ou ela está postando sua fic sem autorização? Por favor me esclarece essa dúvida T.T

Maupa disse...

Não vais postar mais fic's? :x