quinta-feira, 12 de junho de 2008

39. O ADMIRADOR

Depois de ter saído de casa de Joana para ir fazer o suposto trabalho, Bia caminhou rapidamente para casa para se arranjar. Na noite anterior, já tinha desfeito o seu guarda-roupa mas ainda não tinha decidido o que ir vestir. Os nervos começavam a tomar conta dela. Estava a vestir novamente toda a roupa, quando o telemóvel tocou.
- Estou? Ah olá Leonor. Sim, já falei com ela. Não, não disse por onde andou. Então, agora esperamos. Sim, tem atenção para ver se ela volta aí. Vá, obrigada. Beijinhos.
Desligou. Voltou a concentrar-se na árdua tarefa de encontrar a roupa perfeita. Alguns minutos e muitas camisolas depois, lá se preparou para sair de casa. Acabou por escolher a mesma camisola vermelha que tinha usado no dia em que aceitou marcar o encontro com o seu admirador. Achou que aquela peça de roupa tinha um significado especial, em parte por ter sido a que usou nesse dia; em parte por ser da sua cor preferida.
- Mãe! Vou sair. Volto antes do jantar!
Saiu e fechou a porta. Naquele dia, parecia-lhe que tudo era mais colorido, que tudo cheirava melhor e que a vida lhe corria bem. Lá foi, caminhando alegremente ate ao parque, com o coração aos saltos. Nunca aquele trajecto lhe pareceu tão longo, maçador e interminável.
Tinha finalmente chegado. Olhou desesperadamente à volta na esperança de encontrar alguma cara conhecida ou algum gesto que desmascarasse o seu admirador. Sentou-se num banco e ficou a ver as pessoas passarem. Observou atentamente um casal de namorados que estavam alguns bancos mais abaixo. Perguntava-se se ela também viria a ser assim. Emersa naqueles pensamentos calorosos, não o viu chegar. Só o viu mesmo quando este já estava diante de si.
- Tu? O que é que tu estás aqui a fazer? – perguntou ela.
Diante de si estava Nuno, irmão de Leonor e inimigo de estimação de Bia. Mas ele não podia ter escolhido outro momento para aparecer? Quiçá alguns minutos mais tarde para a poder ver com o seu admirador, pensava ela.
- Vim passear. Posso? – pediu ele, inclinando-se para o lugar livre ao seu lado.
- Não, está ocupado. – atirou-lhe.
Ele pareceu ter sido apanhado de surpresa por aquela resposta. Olhou de novo para o lugar para ter a certeza que estava vazio.
- Sabes que não está ninguém aí sentado, certo? – perguntou ele, novamente.
- Por enquanto não, mas vais estar. Estou à espera de uma pessoa. – revelou Bia.
- Eu sei. – afirmou Nuno, apanhando-a agora de surpresa.
- Sabes?
- Sei. – disse ele, com clareza.
- Mas como é que tu sabes? – questionou Bia, que não percebia nada.
Nuno sorriu enigmaticamente. Do bolso foi tirando uma rosa de papel, feita em veludo vermelho, à medida que as expressões na cara de Bia ficavam cada vez mais petrificadas.

- Georg! Wo bist du? (Georg! Onde estás?) – gritava Bill, no corredor do hotel.
À porta da sala de estar, apareceu a cabeça de Georg, olhando espantado para os lados, tentando descobrir a fonte daquela gritaria.
- Hier. (Aqui.) – disse ele, reconhecendo Bill, com o seu cabelo preto caído sobre os ombros.
Bill percorreu a distância rapidamente até à sala. Quando se sentiu suficientemente perto, pediu, baixinho, só para que Georg ouvisse:
- Können Sie fragen zu Leonor kam hier? (Podes pedir à Leonor para vir aqui?)
Georg olhou para ele. Tinha um ar de sono e aluado. Ao ser observado, Bill encolheu os ombros, parecendo que não sabia o que estava a fazer.
- Warten. (Espera.)
Alguns minutos depois, Georg voltou a aparecer, acompanhado de Leonor. Vendo que Bill se sentia constrangido, Georg regressou à sala, deixando os dois sozinhos. No entanto, Bill continuava mesmo constrangido.
- Well, I wanted to ask you... (Bem, eu queria perguntar-te...) – começou ele, parando em seguida.
- Yes? (Sim?) – disse Leonor, que não sabia o que vinha dali.
- Well, do you know when Joana returns? (Bem, sabes quando a Joana regressa?) – perguntou ele, de um só vez.
- Returns where? (Regressa onde?) – disse Leonor, confusa.
- Here! (Aqui!) – eclareceu Bill, impaciente.
- Oh... No, I don’t. (Oh... Não, não sei.) – respondeu-lhe ela.
Bill pareceu desapontado com aquela resposta. Agradeceu e voltou para o seu quarto.

Joana tinha ficado por casa; depois de Bia não poder ir passear naquela tarde, ela e Luís não combinaram nada. Joana ainda não sabia como estavam as coisas entre eles e, o que menos queria, era saber. Já tinha arrumado a mala para o dia seguinte e agora estava deitada em cima da cama a ver televisão. Estava a dar um documentário sobre a vida animal quando o seu telemóvel vibrou.
Do you inted to come here again? (Tencionas vir cá outra vez?)
Ai! Mas porque é que ele lhe fazia aquelas perguntas. Bem, tencionar, não tencionava. A menos que ele pedisse muito, claro.
Well, I wasn’t invited. (Bem, eu não fui convidada.)
Esperou ansiosamente pela resposta. Ela chegou, minutos.
That’s no problem! Do you want to come here? (Isso não é problema. Queres vir cá?)
Ela riu-se. Pensou que esta era uma das poucas, talvez única até, que ele a fazia rir.
Don’t worry, I’ll show up. (Não te preocupes, eu apareço.)
No exacto momento em que carregou em enviar, a porta do seu quarto escancarou-se. Bia entrara de rompante por ali dentro, sem avisar. Visivelmente cansada e com uma respiração ofegante, estava especada à frente de Joana. Esta apressou-se a esconder o telemóvel debaixo da almofada, mas esqueceu-se de tirar a cara de susto que tinha.
- Que cara é essa? – perguntou Bia, desconfiada.
- Nenhuma. Assustei-me contigo. Que se passa? – mentiu e perguntou Joana.
- Tenho de te contar uma coisa. É sobre o Nuno. – respondeu a outra.
Joana parecia confusa.
- O Nuno? Mas o que é que ele tem?
- Lembraste daquele dia em que ficámos sozinhos na casa de banho? – perguntou Bia.
- Sim, vais finalmente contar-me o que se passou lá dentro? – pediu Joana.
- Não te contei porque não foi nada de especial. Na altura não fez grande sentido por isso achei que não valia a pena contar... – começou Bia.
- E agora faz sentido? – dizia Joana, que não percebia nada da conversa.
- Oh, se faz. Ele perguntou-me qual era a minha cor favorita. – atirou ela.
Joana franziu o olho. Agora é que já estava completamente perdida do rumo do diálogo.
- É o vermelho, mas o que é que tem? – perguntou ela.
- Exactamente, é o vermelho. Há uma coisa que eu não te contei, é sobre o meu admirador...
E assim, Bia começou a contar a Joana tudo o que se tinha passado nos últimos meses; a rosa, o encontro. Contou-lhe que era devido a isso que ia sempre cedo para a escola. Depois, chegou à parte em que lhe explicava que as rosas vermelhas e o levar uma camisola vermelha para aceitar o encontro eram parte do plano de Nuno.
- Mas espera aí, o Nuno é o teu admirador secreto? – perguntou Joana.
- Sim... – disse timidamente Bia.
- Que coisa mais pirosa! Admirador secreto... Isso é coisa de velhos. – riu-se ela.
Bia ficou corada e Joana percebeu.
- Desculpa lá, mas é o que eu acho.
- Está bem, mas deixa-me continuar...
Lá continuou. Contou-lhe como tudo se tinha passado nessa tarde e o porquê de não querer ter ido passear.
- Mas vocês entenderam-se? – perguntou Joana, novamente.
- Sim...
-Mas porque é que ele não disse logo no início que era ele?
- Porque tinha vergonha! – esclareceu Bia.
Depois de mais algumas perguntas, Bia pode finalmente sentar-se e reflectir sobre o que aconteceu. No entanto, Joana tinha uma última pergunta.
- Então, vocês estão juntos?
- Pois, parece que sim. – disse ela, com um grande sorriso. – Agora que eu já esclareci qual era o meu trabalho da escola, queres dizer alguma coisa?
Joana olhou para ela. Seria possível que ela soubesse? Não, tinha tido demasiado cuidado, não se ia descair agora.
- Não, nada. – respondeu, com firmeza.

To be continued...

5 comentários:

Anónimo disse...

NUNO!
Era esse o nome xD
ela vai aparecer... acho q faz bem.
So espero q n tnha uma desilusao, mas, é como dizem, as pessoas mudam por amor, pode ser q Bill também mude.
Beijinhos*

Anónimo disse...

cor favorita?!?! omg loool... nnc iria imaginar q era isso q ele lh tinha pedido na casa d banho xD

Anónimo disse...

ai a se'rio xD


O Nuno e a Bia ... Lalalala xD





Posta Mais Mais Mais e Mais ^^



Bjinho **

Anónimo disse...

i eu axandu q tinha roladu uma putaria básica no banheiro like nc-17 [pra quem leh fanfic brasileira vai sabe u q eu keru dize hsaushau]

aiai esses portugueses taum inocentes...

tah linda a fic tiaa

bjusss

ps.: no brasil dia 12 foi dia dos namorados... parabens atrasado pra td mundu
x)

Anónimo disse...

Desculpa a invasão...

Li a tua ff toda agora e está...simplesmente LINDA!!!

Opah nao imaginava mesmo o admirador secreto fosse o Nuno...

Só espero q a Joana e o Bill se entendam!!

Beijoca, e posta rapidinhos estou ansiosa por ler mais!!