terça-feira, 10 de junho de 2008

37. O ANÚNCIO

Joana esticou a mão para fora da cama e apanhou o telemóvel que tocava insistentemente há alguns minutos. Primeiro pensou em não atender mas, depois de ser rigorosamente acordada por aquele vibrar tilintante em cima da mesinha de cabeceira, rendeu-se.
- Estou? Olá Leonor. Não faz mal, ia acordar daqui a bocado. Diz.
Joana ouviu em silêncio tudo o que a amiga disse. Claro que esta não podia ver a reacção de Joana mas quase que adivinhava. Sentada na cama, Joana estava pálida e quase sem raciocinar. Quando Leonor acabou, ela disse:
- Ah... Eu tenho de ir.
E desligou. Em choque, ela apenas pensava como é que ele se atrevia a fazer uma coisa daquelas? Que lata é que ele tinha para conseguir agir tão friamente? As se ele pensava que ela ir ter com ele, estava redondamente enganado.
Era fim-de-semana e não tinha nada combinado. Depois de no dia anterior ter acontecido aquela coisa esquisita entre ela e o Luís, não pensava que tão cedo se fossem voltar a ver. Mas enganava-se. Mal abriu a porta do quarto, a mãe apareceu-lhe a dizer que tinha visitas na sala. Ainda em pijama, foi até lá.
- Bom dia! – saudou uma Bia bastante alegre.
- Bom dia. – disse, timidamente, Luís.
Joana, que não esperava aquelas pessoas, muito menos àquela hora da manhã, quedou por um bom dia tremido.
- Bom, nós viemos aqui convidar-te para logo à tarde vires dar um passeio connosco pelo parque e ir até ao centro, comemos um gelado e conversamos. E não aceitamos não como resposta. – disse, outra vez alegremente, Bia.
- Está bem então. – concordou Joana.
- O Luís vem-te buscar que eu não posso. - informou a amiga.
- Não é preciso. Eu posso ir sozinha. Acho que já provei que consigo. – afirmou Joana.
Bia e Luís olharam um para o outro na esperança de que um tomasse a iniciativa de resposta. Ambos pensavam se era a altura de Joana andar sozinha. Ela apenas tinha voltado há uma semana para a escola e… Talvez devido ao que acontecera no dia anterior, Luís acenou com a cabeça e Bia deixou-se ir, convencida pela sua opinião.
- Está bem. Encontramo-nos no parque às duas.
Eles saíram, deixando Joana sozinha. Pensando na saída da tarde, foi ao quarto arranjar a roupa e depois tomou um banho. Vestiu-se e foi almoçar. Eram uma e meia da tarde quando ela estava pronta para sair. Tencionava andar até à paragem e depois esperar um pouco por eles. Sabia que ia chegar cedo mas queria apanhar o vento na cara. Ainda pensava sobre a proposta descarada de Bill.
Caminhou lentamente até à paragem e deixou-se ficar. O autocarro chegou pouco depois. Sentou-se nos lugares do meio e encostou a cabeça à janela. Pensava nele e como no que ele iria dizer se ela fosse ter com ele. Mas estava decidida a não ir. Umas paragens à frente, duas raparigas entraram e sentaram-se nos lugares vagos atrás de Joana. Sem perceberem, esta ouvia-as:
- …não sei se vale a pena. – queixava-se uma.
- Não sejas assim. Não nos custa nada e além disso tentamos. Se conseguirmos, olha é sorte. – dizia a outra.
- Quem me dera a mim que conseguíssemos. Melhor mesmo era que ele me convidasse para subir.
- Claro! Não querias mais nada. Era mesmo o Bill que te convidava. Ainda se fosse o Tom…
Ao ouvir estes nomes, a atenção de Joana despertou ainda mais.
- Podes ficar com esse todo para ti. Eu fico com o outro gémeo. – concluiu uma.
Tinha chegado finalmente a saída de Joana e ela carregou veemente na campainha. Sentia-se perseguida por Bill. Saiu do autocarro e apanhou o ar fresco na cara. Olhou para o relógio e reparou que ainda faltava algum tempo. Deixou-se ficar por ali, sentada sozinha na paragem de autocarro. Um placard de anúncios rotativos que estava na paragem mudou o seu anúncio de iogurtes magros para o novo sucesso do momento. Compra já o teu SCREAM, dizia o anúncio. Em grande plano estava a cara de Bill, seguida de Tom, Gustav e Georg. Joana fitou-o. Até ali ele a perseguia? Sentiu os olhos penetrantes de Bill a entrarem na sua mente. Queimavam-lhe a alma e faziam-na sentir-se fraca, vulnerável.
Ouviu um autocarro chegar. Parou à sua frente. Os passageiros saíam pela porta de trás; o motorista olhava para ela para ver se queria entrar.

- Que horas são? – perguntava Bia.
- Cinco para as duas. – respondeu-lhe Luís.
- Esperamos um bocado. Se calhar vem a caminho. Talvez tenha vindo a pé e por isso se demorou mais. – lançou ela.
Mas os cinco minutos passaram e outros vieram. Eram duas e cinco quando decidiram ligar para casa de Joana.
- Olá. É a Beatriz. Ah sim? Há quanto tempo? Está bem. Não, não. Não se preocupe. Devemos ter-nos desencontrado.
Desligou. Conforme o fez, Luís percebeu o que se passava.
- E agora? – perguntou ele.
- Agora temos de a procurar. Ela pode estar em qualquer sítio. Vou ligar à Leonor para ver se ela vem ter connosco de carro para nos ajudar. – afirmou Bia, pegando novamente no telemóvel.
- Olá, sou eu a Bia. Olha temos um problema. A Joana desapareceu. Vem ter connosco ao parque de carro para nos ajudares. O quê? Mas tu tens a certeza? Queres que vá aí? Ok, falamos depois, então. Beijinhos.
Luís olhou para ela quando desligou. Desta vez, não tinha percebido a conversa. Ao ver a cara dele, Bia começou por explicar.
- Tu nem vais acreditar…

Leonor tinha desligado o telemóvel para não ser interrompida. Queria estar À espreita, não fosse acontecer algo de greve. Encostada à porta do quarto, tentava ouvir. Só que não ouvia grande coisa.
Alguns quartos ao lado, tentava ganhar coragem para bater à porta. Sabia que era agora ou nunca. Levantou a mão e bateu levemente, como que à espera que ninguém, nem ele, ouvisse. Mas ele ouviu. A porta abriu-se, deixando-os frente a frente.
- Joana! I knew you’d come. (Joana! Eu sabia que vinhas!) – exclamou, euforicamente, Bill.

To be continued…

2 comentários:

Anónimo disse...

omg...

s o bill s arma agr em star a joana já foi...

xD

Anónimo disse...

tava a ver q nunca + postavam!!
:@
planeiam demorar assim tanto tempo??!
Enfim, quanto à ff, na minha opinião, está fantástica! Brutal mesmo.
Continuem!
Espero que a Joana seja capaz de disfarçar ou então lhe diga definitivamente para a deixar em paz!
küss*